Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

14 de dezembro de 2009 - 14:43

Apresentações culturais, artísticas e atendimento gratuito ao público, foram atividades que marcaram a comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência durante toda a manhã de sexta-feira, 11 de dezembro, na Praça José de Alencar. No palco principal, além das apresentações culturais, foram prestados depoimentos sobre histórias de vida e de superação, com objetivo de sensibilizar a população sobre os direitos da pessoa com deficiência.

Simultaneamente as atividades no palco principal, seis stands abordando as diversas tipologias da deficiência: intelectual, física, auditiva, visual, orgânica e múltipla, prestaram atendimento à população. No stand de deficiência visual, duas pessoas realizavam sessões de massagem de forma totalmente gratuita. A unidade móvel da Defensoria Pública também esteve presente, prestando orientações sobre os direitos da pessoa com deficiência.

 
 
Lisane Lima, do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CEDEF), entidade vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), destacou que a idéia principal do ato “é chamar a atenção da sociedade, convidando a todos para uma nova forma de encarar as pessoas com deficiência, para que elas sejam vistas como pessoas de direitos”.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,5% ou 27 milhões de brasileiros são pessoas com algum tipo de deficiência. Desses, 70% vivem abaixo da linha de pobreza, 33% são analfabetos e 90% estão fora do mercado de trabalho. São milhões de pessoas que vivem as margens da sociedade em comunidades carentes, sem recursos para qualificar-se profissionalmente e ingressar no mercado de trabalho com dignidade.

História de vida

Em março de 2008, Fábio Holanda sofreu um acidente automobilístico. Ele estava no banco passageiro, com cinto de segurança, mas como o carro capotou, ele teve a coluna cervical C4, C5 (que ficou esmagada) e C6 afetadas. Hoje, Fábio é presidente regional da Associação Brasileira de Pessoas com Deficiência (ABPcD). Ele aponta a falta de acessibilidade como a principal dificuldade encontrada pelos deficientes.
 
Ele cita algumas barreiras encontradas pela pessoa com deficiência, entre elas: a Lei de Cotas, que existe, mas não é cumprida efetivamente; o banheiro para deficiente, que é inacessível, e deveria ser construído à parte, exclusivo para deficientes; as rampas existentes na cidade, que são muito íngremes, o ideal seria que elas fossem construídas com no máximo 15º; o transporte urbano não tem referência em braile para o deficiente visual, o que faz com que ele tenha sempre que andar com um acompanhante; e para os deficientes auditivos faltam intérpretes, inclusive nos órgãos públicos.

Ascom – Sejus