Sejus e ABO instalarão laboratório de prótese no Presídio Feminino Auri Moura Costa
24 de março de 2010 - 03:00
O referido projeto, concebido pela cirurgiã dentista Gilka Medeiros de Sabóia, funcionária da Sejus, tem por objetivo primordial capacitar às internas a trabalharem como técnicas em prótese dentária e, também, como auxiliares de protéticos. Assim quando cumpridas suas respectivas penas elas terão condições de retornarem ao convívio social.
O projeto embrião experimental será realizado no IPF Auri Moura Costa, que abriga atualmente, 350 internas, das quais 10% possuem diploma escolar de nível médio, o qual servirá, entre outras coisas, como critério de seleção de candidatas às vagas que serão oferecidas para o curso em referência, que será ministrado por professores da ABO-CE, no sistema de aulas teóricas e práticas.
A cirurgiã-dentista explica que, do ponto de vista didático-metodológico, o curso visa capacitar as participantes com nível de aprendizagem suficiente para habilitá-las a transmitir os conhecimentos adquiridos às futuras participantes dos cursos que vierem a ser realizados em tempos vindouros.
O curso será realizado em módulos mensais, com professores cedidos pela ABO-CE. O orçamento previsto é de R$ 654.964,69, que serão repassados da seguinte maneira: R$ 277.443,97 doados pela Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, serão destinados à construção da parte física do laboratório, equipamentos necessários para inicia o primeiro módulo e pagamento do inicio da proposta pedagógica; o restante, R$ 377.520,72, doado pelo DEPEN – Ministério da Justiça, que será destinado para a compra de equipamentos e materiais do laboratório e para a concretização da proposta pedagógica.
A população carcerária irá se beneficiar, pois as presas têm seu tempo, na maioria, ocioso. “Temos a oportunidade de a dar a essas pessoas um vida digna, colaborando para aumentar sua autoestima, redução da pena (por dia de trabalho), remuneração para seus familiares”, diz Gilka Medeiros. O governo também sairá ganhando, pois, além de um trabalho de reabilitação social, terá mão de obra para realizar próteses totais e parciais para pacientes do SUS.
Fonte: Jornal Odonto Nordeste.Com/ Edição: Janeiro/Fevereiro 2010 – Ano 3, nº 1
Foto: Jean Neto