Sejus participa da Semana da(o)Assistente Social em Fortaleza

14 de maio de 2010 - 03:00

A Secretaria da Justiça do Estado do Ceará (Sejus) participa da Semana da(o) Assistente Social, que acontece, em Fortaleza, no período de 11 a 15 de maio, com a representação da sua equipe de profissionais. Na Sejus, a presença do assistente social propõe a busca do resgate da cidadania das pessoas que cumprem pena em regime fechado. Esta tarefa nem sempre é fácil devido a fatores como a conjuntura do sistema carcerário e o grande número de detentos nas unidades. Entretanto, é imprescindível para a realização do atendimento, apoio e ressocialização dos internos e egressos.  Ainda neste mês, nos dias 25 e 26 estarão, também, na IV Semana de Serviço Social, em Sobral. Um exemplo desse trabalho está em execução na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), localizada em Itaitinga, inaugurada em julho de 2009.

Segundo a Assistente Social, Clarisse Elisa Ribeiro, que compõe a equipe com Saulo Silva, o serviço social elabora uma proposta para a humanização do ambiente, intervindo para a consolidação de atividades, que desenvolvem o respeito e recuperem a dignidade dos que se encontram presos. “As tarefas cotidianas requerem, também, esforços, visto que os assistentes sociais têm que se dividir entre o atendimento aos detentos; aos familiares dos mesmos; na agilização de demandas para o processo de ressocialização, além de outros, como elaboração de projetos, parcerias etc”, comenta.

Atuação

Um questionário foi aplicado, durante as triagens, para verificar o perfil dos egressos, e a análise do resultado permitiu traçar uma rotina de atividades, que leva em conta as demandas verificadas naquele instante.

Para o atendimento dos presos são realizadas consultas diárias. “Nos atendimentos podemos perceber quais são os principais anseios dos presos”, afirma Clarisse. Dentre as demandas podemos apresentar: a necessidade da certidão de nascimento dos filhos; realização do casamento civil; reconhecimento de paternidade; contato com os familiares; encaminhamentos médicos para os setores de dentistas e psicólogos; encaminhamentos para advogados; contato com a direção e busca pelo auxilio reclusão.

De acordo com a assistente social Clarisse Elisa, neste primeiro ano foram realizadas as parceiras com o cartório Norões Milfont e com Cartório de Itaitinga para a obtenção do registro dos filhos dos internos e casamentos. Outro destaque foi o convênio a Defensoria Pública, para Registros Cível Público a fim de efetuar o reconhecimento de paternidade. As festas do calendário oficial, como dia da mulher, mães, páscoa, das crianças, dos pais, do natal, dentre outras, são todas festejadas

“Com as empresas de confecção firmamos contratos para a doação de roupas para os internos, que saem das unidades, para receberem as carteiras de livramento condicional, para os encontros do Mutirão Carcerário ou para as idas ao Fórum, já que são desprovidos desses bens materiais. Acreditamos, que com esta medida, ajudamos a resgatar a dignidade do interno,” afirma Clarisse.

No acompanhamento dos internos, cabe também, aos assistentes sociais a difícil missão de serem mediadores de noticias negativas, como nos casos de morte. “O ônus do trabalho é esse, é muito difícil em determinados momentos comunicarmos aos internos noticias ruins, isso requer extremo cuidado e preparo” afirma Clarisse.

Reconhecimento

Os profissionais da Sejus participaram de dois seminários; 3º Seminário do Serviço Social no Sócio Jurídico promovido pela Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará (ESMEC) e o 3º Encontro de Profissionais de Saúde e Agentes Penitenciários do Sistema Prisional do Ceará realizado pelo Núcleo de Saúde da Sejus (NUSAU).

Outro ponto enfatizado pela assistente social foi a colaboração do outros setores para a consolidação das atividades. Clarisse ressalta o apoio da capitã da Policia Militar, Keydna Alves Lima Carneiro, diretora da Unidade, ao trabalho.

“O nosso trabalho é de fundamental importância dentro de uma Unidade. Bons assistentes sociais trazem humanidade não só para os presos, mas para todos os profissionais do sistema prisional. Tratamos do respeito ao interno de maneira a resgatar a dignidade e os direitos dos mesmos, valores esses muitas vezes esquecidos pela sociedade, que em geral marginaliza essas pessoas, dificultando o processo de ressocialização” conclui a assistente.

Ascom – Sejus
14.05.2010