I Seminário Construindo uma Cultura de Paz conclama a sociedade para discutir a questão do apenado
14 de julho de 2010 - 15:16
O primeiro palestrante, Alexandre Mapurunga, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Cedef), não pôde comparecer e, na falta de uma pessoa para representá-lo, o presidente da Associação dos Privados de Liberdade (APL), Juliene Dias de Freitas, tomou a palavra e fez a apresentação. Juliene contou que a luta da Associação iniciou-se ainda dentro das unidades prisionais, na busca por uma convivência pacífica entre presos, policiais e agentes penitenciários.
Contudo, depois de posto em liberdade, diz Juliene, o principal desafio é em buscar que a sociedade aceite o egresso do sistema prisional e fazer com que ele seja novamente inserido na sociedade. O que certamente ajudaria a diminuir os alarmantes índices de reincidência criminal, que no Ceará, a exemplo do que ocorre em todo o País, beiram entre 80 e 85 por centro dos casos. “15% dessa parcela não se contaminou com a cultura do crime e o que nós queremos é transformar essas pessoas em multiplicadores”, disse o presidente da APL.
“Eu sou maior que o meu erro e todos aqui merecemos uma oportunidade”, disse o presidente da APL, emocionado ao palestrar no primeiro evento realizado inteiramente pelos egressos do sistema prisional do Ceará. Após a realização do I Seminário, um plano de ação será elaborado buscando reverter à situação do egresso no Ceará.
No período da tarde, a programação seguiu com as palestras “Combatendo a violência e o uso de drogas”, ministrada por Antônio Sérgio Costa Lima e Antônia Maria Gomes da Frota, espetores da Divisão de Proteção ao Estudante (Dipre), da Polícia Civil do Estado do Ceará. E com a palestra “Poder público e sociedade civil organizada. Ação conjunta para reintegração à sociedade. Abordagens sobre normas e práticas bens sucedidas”, por Aline Miranda, coordenadora do Núcleo Especializado em Execução Penal (Nudep).
A realização do evento contou com apoio da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), que cedeu o espaço físico e colaborou com as refeições oferecidas aos 60 participantes inscritos e com apoio logístico do Núcleo de Assistência aos Presidiários e Apoio ao Egresso (Napae). Atualmente, 250 assistidos do sistema penitenciário prestam serviço à Sejus. Eles recebem ¾ do salário mínimo, mais o vale transporte e o benefício do recolhimento do INSS. Além disso, participam de cursos profissionalizantes e programas de distribuição de instrumentais de trabalho.
Mais informações: Associação dos Privados de Liberdade (APL) – (85) 3233.1202 / (85) 8623.6483
Ascom – Sejus