Audiência Pública debate “Tortura sofrida pelo jornalista Gilvan Luiz”

22 de julho de 2010 - 13:53

O Conselho de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), órgão vinculado a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), juntamente com a Comissão Estadual de Direitos Humanos da OAB – CE realiza no dia 26 de julho, às 10h, no Auditório da Câmara dos Vereadores de Juazeiro de Norte, Audiência Pública para tratar do caso de “Tortura sofrida pelo jornalista Gilvan Luiz”.

Na ocasião, estarão presentes alguns membros do CDDH, entre eles, Roberta Coelho, representante do Ministério Público Estadual e vice-presidente do Conselho; Fernando Férrer, representante da Comissão Estadual de Direitos Humanos da OAB; Guilherme Fonseca, representante da Universidade Vale do Acaraú (UVA); Marcella Ximenes e Ana Paula Vieira, membros da secretaria executiva do Conselho.  

O fato ocorrido com o jornalista gerou denúncia junto ao Conselho de Defesa dos Direitos Humanos, que no dia 31 de maio recebeu ofício encaminhado pelo Deputado Vasques Landim, solicitando que seja feita rigorosa apuração para que o caso seja definitivamente esclarecido e os culpados exemplarmente punidos na forma da lei, como esperam o povo do Cariri e de Juazeiro do Norte.

Caso
De acordo com a denúncia encaminhada para o CDDH, o fato teria acontecido no dia 20 de maio, por volta das 22h20, quando o jornalista Gilvan Luiz, proprietário do jornal que circula na região do Cariri – “Sem nome”, foi vítima de sequestro e agressão física por três homens.

Ele teria sido retirado de seu carro pelos sequestradores, que estavam encapuzados, quando chegava ao Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), na Rua do Cruzeiro, em Juazeiro do Norte,  e colocado em um veículo Corolla, cor branca, placa HWJ 8602, da cidade de Porteiras, que havia sido roubado em Jardim.

A denúncia relata que no momento da ação, populares que viram o rapto ligaram para a polícia, onde 20 minutos depois, a seis quilômetros do Centro da cidade, localizaram o jornalista bastante machucado. “Se a polícia não tivesse aparecido, eu estaria morto, com certeza”, disse Gilvan na ocasião. De acordo com a Polícia, o jornalista estava amarrado, com várias escoriações pelo corpo e com o rosto todo ensanguentado.

Gilvan Luiz foi encaminhado à Clínica São José, onde foram constatados 46 pontos da região da cabeça. O jornalista relatou que foi espancado e que ficou desacordado depois de sofrer coronhadas de revólver e vários chutes. Nenhum pertence do jornalista foi levado.

Em algumas entrevistas, Gilvan Luiz fala sobre os possíveis mandantes do crime, que seriam o Prefeito de Juazeiro do Norte e o vereador Roberto Sampaio, do PSB. “Fiz uma denúncia recentemente sobre a esposa do vereador, que estava recebendo o auxílio ‘Bolsa Família’, sem ter o perfil para isso”. Gilvan relata ainda, que antes do sequestro recebeu duas ameaças de pessoas ligadas aos políticos.

A Associação Nacional dos Jornalistas (ANJ), através do vice-presidente e responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão, Júlio César Mesquita, divulgou nota de repúdio ao ato covarde sofrido pelo jornalista.

Mais informações: Conselho de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) – (85) 3101.4925

Ascom – Sejus