Audiência Pública debate caso das agressões ao jornalista Gilvan Luiz
23 de agosto de 2010 - 13:42
Durante a Audiência, o presidente da Comissão Estadual de Direitos Humanos da OAB, Fernando Férrer, destacou que o caso atinge não somente o jornalista Gilvan Luiz, mas também a liberdade de imprensa. Ele diz que a vítima foi sorrateiramente e de forma vergonhosa, traiçoeira e covarde, espancado por pessoas sem dignidade humana. Férrer denuncia que os indiciados no processo estão recebendo vantagens salariais, quando deveriam estar afastados de suas funções para responder a processo disciplinar. Ele afirma que o crime cometido contra o Jornalista Gilvan Luiz envolve líderes políticos e servidores públicos e, por isso, é papel do Conselho exigir que as autoridades policiais responsáveis providenciem celeridade no processo.
O vereador Tarso Magno fez críticas a administração atual e acusa que ela atua intimidando a sociedade. Disse ainda, que servidores públicos são os principais acusados no caso do Jornalista, porque a administração do prefeito não aceita críticas e, por isso, o crime assume conotação política. Esclarece ainda, que a audiência oferece um norte para os encaminhamentos, para que se chegue aos mandantes do crime, pois após dois meses de investigação o relatório apresentado pelo delegado que preside o caso é frágil e não aponta os mandantes.
Esteve presente ao ato: o Presidente da Comissão Estadual de Direitos Humanos da OAB, Fernando Férrer; o diretor do Curso de Direito da Universidade Vale do Acaraú, Guilherme Guimarães; o jornalista Gilvan Luiz, editor-chefe do Informativo ‘Sem Nome’, vítima das agressões; Carlos Pimentel, assessor do Prefeito de Juazeiro do Norte – Manuel Raimundo Santana Neto; Paolo Giorgio, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB; vereador Tarso Magno; deputado estadual Vasques Landim; Giovani Sampaio, ex-deputado estadual; e Dr. Carlos Macedo, ex-deputado e ex-prefeito de Juazeiro do Norte.
Caso
De acordo com a denúncia, no momento da ação, populares que viram o rapto ligaram para a polícia, onde 20 minutos depois, a seis quilômetros do Centro da cidade, localizaram o jornalista bastante machucado. “Se a polícia não tivesse aparecido, eu estaria morto, com certeza”, disse Gilvan na ocasião. De acordo com a Polícia, o jornalista estava amarrado, com várias escoriações pelo corpo e com o rosto todo ensanguentado. Gilvan Luiz foi encaminhado à Clínica São José, onde foram constatados 46 pontos da região da cabeça. O jornalista relatou que foi espancado e que ficou desacordado depois de sofrer coronhadas de revólver e vários chutes. Nenhum pertence do jornalista foi levado.
Em algumas entrevistas, Gilvan Luiz fala sobre os possíveis mandantes do crime, que seriam o Prefeito de Juazeiro do Norte e o vereador Roberto Sampaio, do PSB. “Fiz uma denúncia recentemente sobre a esposa do vereador, que estava recebendo o auxílio ‘Bolsa Família’, sem ter o perfil para isso”. Gilvan relata ainda, que antes do sequestro recebeu duas ameaças de pessoas ligadas aos políticos. A Associação Nacional dos Jornalistas (ANJ), através do vice-presidente e responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão, Júlio César Mesquita, divulgou nota de repúdio ao ato covarde sofrido pelo jornalista.
Ascom – Sejus