Sejus qualifica profissionalmente detentos no IPPOO II
20 de outubro de 2011 - 03:00
As duas primeiras turmas reuniram 45 internos com a certificação em eletricista predial e bombeiro hidráulico. Na ocasião, a secretária da Justiça e Cidadania, Mariana Lobo, e a presidente do Centec, Geórgia Aguiar, anunciaram a abertura de dois novos cursos: artífice da construção civil e enrolador de motor para 50 internos. Todos os cursos têm carga horária de 80 horas aulas e possuem certificação. O planejamento é de que até julho de 2012 sejam capacitados 320 internos, beneficiando cerca de 50% da unidade carcerária, hoje com 644 internos.
Uma vez capacitados, os internos farão parte de um Banco de Talentos, desenvolvido pelo Núcleo de Assistência ao Presidiário e Apoio ao Egresso (Napae), em vistas de atender ao mercado e a possibilidade de autonomia para a reintegração social dos presos. No Banco de Talentos, o Napae fará uma seleção ampla feita por equipes multidisciplinares (assistente social, psicólogo, assessor jurídico e agente técnico da área de ressocialização) que irão avaliar o histórico do preso e acompanhar o rendimento dos contemplados durante sua cessão vocatícia nas obras públicas pelo grupo de custódia.
Numa iniciativa pioneira no Brasil, o Governo do Estado irá garantir 5% das vagas das obras geradas pelo governo do estado que gerem mais de 100 vagas para sentenciados em regime semiaberto e aberto. A ação, que busca a reintegração social do preso, faz parte de um projeto Mãos que constróem ainda maior da Sejus que pretende alterar as estatísticas do Departamento Penitenciário Nacional, que apontam que 81% dos encarcerados não têm nenhum tipo de formação profissional.
Em seu pronunciamento a secretária Mariana Lobo defendeu as medidas de educação e ressocialização, no cumprimento dos dois papéis fundamentais da justiça. “Além de fazer valer a lei, através do cerceamento do direito de ir e vir; a capacitação e a educação formal dentro das unidades penais permitirão ao encarcerado o retorno ao convívio social, garantindo-lhes uma ocupação que gere trabalho e renda, fatos que impactam na reincidência no crime”, afirmou.
Mudança de paradigma – Para o reeducando Evaldo Colim Júnior, de 40 anos, que participou dos dois cursos, a oportunidade dada para os detentos é mais que o aprendizado de uma nova profissão, ela mexe na mudança de uma cultura de discriminação. “Esse foi o primeiro passo em mostrar para a sociedade que o homem é mais que seu erro, que pode-se dar uma nova chance para transformar a vida dos detentos”, falou.