Cadeia Pública de Caucaia desenvolve projeto “Vidas Independentes” contra drogas

2 de fevereiro de 2012 - 17:17

O projeto “Vidas Independentes” na Cadeia Pública de Caucaia, conhecida como “Cigana” pela sua localização no bairro do mesmo nome, procura assistir aos dependentes químicos custodiados pela Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus). Iniciado em janeiro, o projeto cadastrou os dez primeiros internos que manifestaram o desejo de participar, após a realização de um programa de incentivo e conscientização sobre os danos e riscos do uso de drogas. Durante os meses de dezembro de 2011 e janeiro, a Cadeia Pública promoveu cinco palestras com a participação de profissionais da saúde do CAPES para a sua efetivação.

A parceria, firmada com o Centro de Assistência Psicossocial de Dependentes de Álcool e Drogas (CAPES AD), Prefeitura Municipal de Caucaia e o Conselho da Comunidade de Caucaia, recebeu o apoio da Vara Única do Júri e de Execução Penal da Comarca de Caucaia da Região Metropolitana de Fortaleza. O projeto irá desenvolver todo o tratamento clínico, psicológico e terapêutico social dentro da própria unidade prisional.

Segundo o juiz Michel Pinheiro, titular da Vara, o projeto tem a finalidade de prevenir o tráfico de entorpecentes, que ocasiona violência pela necessidade do consumo, principalmente, das drogas pesadas, como crack, cocaína e haxixe. Além disso, é instrumento benéfico à saúde pública e a paz social da família brasileira. Já o administrador da unidade, Lino Coelho, explicou que o objetivo é dar excelência ao tratamento antidrogas para resgatar e oferecer uma expectativa de uma vida saudável para os detentos.

Observador da problemática nas unidades, o diretor da unidade informa que o projeto é de grande interesse da Cadeia Pública de Caucaia e que a sua importância está ligada à incidência de casos, em que o crime é motivado pelo uso de entorpecentes. “Daí a oportunidade, de oferecer, com essa parceria, uma ação terapêutica que requer o interesse do paciente em querer abandonar o uso de drogas”.

Os 10 dos 83 internos, hoje na Unidade, são consultados, individualmente, pelos médicos psiquiatras e em outros momentos tem atividades em grupos, orientados pelos psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais, do CAPES, de onde, também, recebem a medicação. As avaliações serão mensais, constatadas as melhoras, será aberta oportunidade para outros internos que queiram participar. Mesmo com pouco tempo de início, outros 30 internos já aguardam vaga no projeto.

O projeto prevê a continuação do tratamento, após o interno mudar de regime fechado para semiaberto ou aberto, pois os prontuários ficarão no CAPES, com participação das famílias: “é imprescindível a participação dos familiares para entender o tratamento, os períodos de abstinência e na regressão da pena, à volta ao lar, ao convívio social”, informa Lino.