Artesanato nos presídios: SAP e Mulheres do Brasil lançam coleção Verão Encantado nesta quarta

14 de maio de 2019 - 16:48

Entre linhas, agulhas e retalhos, 80 internos do sistema prisional cearense produzem o recomeço de suas histórias através do artesanato, parceria entre a Secretaria da Administração Penitenciária e o grupo Mulheres do Brasil. Reunindo uma nova leva de resultados desse trabalho, será lançada nesta quarta (15) a coleção Verão Encantado. O evento acontece  das 16h30 às 19h30, na loja Decorart Conceito.

 

A coleção reúne técnicas diversas como bordado, tenerife e crochê em redes de dormir, xales, echarpes e peças de decoração que estarão à venda no evento de lançamento. Além da compra no local, os interessados também poderão realizar encomendas.

 

Os internos artesãos recebem como benefício a remição de pena de um dia para cada três dias trabalhados na produção. A atividade, além de preencher de forma funcional o tempo de reclusão, é uma oportunidade de reinserção social, segundo a coordenadora de inclusão social da SAP, Cristiane Gadelha: “Essas pessoas estão prontas para produzir e vender o artesanato que elas mesmas produzem e também podem capacitar novas pessoas para o ofício, dando continuidade a um ciclo que reduz as chances de reincidência”, destaca.

 

O Grupo Mulheres do Brasil, que atua de forma voluntária dentro do sistema desde o ano de 2018, participa das atividades ofertando as aulas de capacitação. A vice-presidente do grupo no Ceará e responsável pelo núcleo de artesanato, Ethel Whitehurst, conta que os resultados dos esforços já são vistos: “Já encontrei com uma pessoa, em liberdade, dando aulas de crochê em sua comunidade, sendo remunerado por um serviço que aprendeu a fazer dentro do sistema. É muito gratificante para nós ver em cada olhar a esperança de melhoria de vida, por isso, nosso objetivo é fortalecer essa parceria para que o projeto continue a crescer”, afirma.

 

As unidades beneficiadas pelo artesanato são: Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes, Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV) e Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF). O valor arrecadado com as vendas é revertido para a manutenção do projeto.