Unidade prisional atende público GBT, idosos e deficientes

 

O respeito à diversidade dentro do ambiente prisional é um dos eixos para se construir um sistema penitenciário humanizado. Dando mais um passo nessa direção, a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) mantém em funcionamento desde julho deste ano a Unidade Prisional IrmãImelda Lima Pontes, com capacidade para 200 pessoas e que acolhe internos que necessitam de atendimento específico e que são de baixa periculosidade. 

 

Gays, travestis, bissexuais, idosos, cadeirantes e aqueles que respondem à Lei Maria da Penha: esse é o perfil dos internos recolhidos na UP Irmã Emelda. Eles recebem atendimento psicossocial, médico, dentre outras atividades pensadas especialmente para o presídio.

 

Atualmente, a unidade conta com 168 internos. Os idosos e os que respondem à Lei Maria da Penha correspondem a 73% da população da unidade. Em seguida, vem a população GBT (14%) e os mais debilitados (13%).

 

 

A organização da unidade pretende proporcionar ocupação para todos os internos nos dois turnos e as atividades foram pensadas levando em consideração o público do estabelecimento prisional. A ideia é, mais que ocupar, estimular a reflexão sobre sua realidade e sobre o crime pelo qual respondem.

 

Para isso, a Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso da Sejus (Cispe) promoveu uma sondagem com todos os internos, buscando identificar quais os interesses dos internos no que se refere à capacitação e às atividades diárias.

 

A partir disso, foram ofertadas vagas na Educação de Jovens e Adultos, cursos de capacitação (cabeleireiro), atividades culturais como aulas de violão, exibição de filmes e aulas de grafite, além de oficinas de trabalho, como tapeçaria, bolas e artesanato. A unidade conta com uma empresa instalada, a Siker que produz trajes esportivos, e tem uma oficina de trabalho nas dependências da UP Irma Imelda.

 

O Núcleo de Saúde da Sejus (Nusau) também desenvolve ações na Irmã Imelda. Como é o caso da fisioterapia para cadeirantes e idosos com dificuldade de locomoção. Os internos têm acesso ao tratamento físico – alongamentos, exercícios de coordenação motora, e funcionais e respiratórios – centrando esforços na melhoria da qualidade de vida. Na unidade são atendidos, em média, 30 pacientes em dois dias da semana, por dois médicos plantonistas. 

 

Em relação à educação, a UP Irmã Imelda tem cerca de 50 alunos matriculados em quatro turmas que vão do ensino fundamental ao médio – na modalidade da Educação de Jovens e Adultos. A unidade conta com quatro professores da Secretaria de Educação do Estado e tem capacidade para atender até 80 alunos. 

 

Atualmente, os alunos estão estudando para o Exame Nacional do Ensino Médio, que acontece em dezembro deste ano. A atividade em sala de aula é integrada à Educação Física. Com carga horária semanal de 20 horas, os educadores físicos desenvolvem partidas esportivas, ginástica laboral, recreação, dança e treinamento funcional que objetivam melhorar o condicionamento físico, reabilitação, lazer e integração entre os internos.