Sejus amplia atividades na CPPL III

26 de outubro de 2017 - 14:47

Filmes, livros, bolas e até massas de pão são sinônimo de oportunidade para os internos do sistema prisional cearense. As atividades de ensino e trabalho dentro de uma unidade prisional movimentam a rotina e, ao mesmo tempo, oferecem novas perspectivas de vida, por isso, a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) já colhe bons frutos das ações implantadas na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Jucá Neto, a CPPL 3, em Itaitinga. 
Mensalmente, cerca 250 internos estão envolvidos nos cursos, encontros e oficinas ofertados pela Sejus. A Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso (Cispe) é responsável por quatro atividades em execução: o Livro Aberto, que oferta remição de pena pela leitura; o Cine Diálogo, que semanalmente leva filmes e debates para os encontros; cursos profissionalizantes e as oficinas de pães e costura de bolas de futebol. 
Pela manhã, 20 internos participam do curso de manutenção de eletrodomésticos e, à tarde, outros 20 participam do curso de bombeiro hidráulico. Há um ano e três meses no sistema prisional, Joaquim participa do seu primeiro curso na unidade e vê no conserto de eletrodomésticos uma possibilidade de recomeço: “Trabalhava como pedreiro antes de vir para cá e hoje aproveito a oportunidade de aprender um novo ofício. Fico feliz porque isso vai me ajudar a não repetir os mesmos erros que cometi e garantir o sustento da minha família lá fora”, afirma. 
Atentos à receita e ao manuseio da massa, 10 internos aprendem a fazer pão caseiro na oficina de pães, que tem duração de três horas e foi criada com o objetivo de atender a 150 pessoas. Entre eles, Fabiano, que cumpre pena há seis anos, já passou por outros cursos e hoje repassa aos colegas os conhecimentos que tem na área. Fabiano se mostra satisfeito com a oportunidade e fala sobre os sonhos da liberdade: “Minha família possui uma empresa de panificação, desde pequeno lido com essas massas e hoje posso ajudar os colegas nessa oficina. Quando voltar para a sociedade, meu sonho é montar a minha empresa e continuar trabalhando nesse ramo”.
Almejando novos rumos através da educação, 80 alunos estão inscritos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) Prisional, que garante certificação de conclusão do ensino fundamental e ensino médio, e 42 irão participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pleiteando vagas em cursos superiores. 
O diretor da unidade, Elindomar Caminha, ressalta a aceitação dos internos e a melhoria da rotina da unidade proporcionada pela implementação das atividades: “Ocupando a mente dessas pessoas, reduzimos as possibilidades de conflitos gerados pela tensão do convívio dentro do presídio, além de diminuirmos as chances de reincidência, já que oferecemos aqui uma nova visão de vida e novas oportunidades de trabalho autônomo”, destaca.