Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes promove ação cultural em alusão ao Dia da Visibilidade Trans
9 de fevereiro de 2023 - 10:13
A Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP-Imelda), referência à população LGBT, promoveu nesta terça-feira (8), atividades de arte e cultura em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, que é comemorado, anualmente, na data de 29 de janeiro.
A ação contou com a presença da secretária da diversidade, Mitchelle Meira e da coordenadora do Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, Samilla Aires.
O objetivo foi proporcionar aos convidados uma reflexão sobre o respeito à diversidade de identidade e a orientação sexual, além de conversar sobre políticas públicas para garantir fácil acesso do sistema para que essas pessoas utilizem seu nome social e a inserção de transexuais no mercado de trabalho.
Na ocasião, o grupo de teatro “Portugays” fez várias apresentações de dança, recitação de poema e teatro que abordavam temas inerentes aos direitos da população trans. Além disso, o grupo Acordes para Recordar, formado por cantores e músicos internos do sistema prisional do Ceará, fez uma apresentação musical.
A diretora da Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP-Imelda), Ilana Ferro, fala sobre a importância de conversar sobre o assunto. “O sistema prisional acolhe vários grupos específicos, dentre eles, a população LGBT. Nossa unidade possui diversas pessoas trans e sempre procuramos mostrar a bandeira de luta desse grupo e as dificuldades sofridas devido sua orientação sexual. Não poderíamos deixar de debater e esclarecer para as pessoas privadas de liberdade sobre seus direitos e garantias, além do respeito acima de tudo e de todos”, disse.
A secretária da diversidade, Mitchelle Meira, parabeniza o trabalho realizado na unidade. “Gostaria de agradecer o convite, pois ainda não havia conhecido o Irmã Imelda e as atividades dentro da unidade. Estou muito feliz em ver que há um acolhimento especial em relação às pessoas privadas de liberdade. Não devemos perder nossa humanidade nunca e o trabalho que está sendo desenvolvido aqui ajuda muito. Ressocializar é o caminho. Parabéns a todos os responsáveis que proporcionou esse momento e obrigada por me acolherem tão bem. E o que depender do Estado vamos agir para assistir cada vez mais essa população”, afirma.
A coordenadora do Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, Samilla Aires, agradece o convite. “Ver vocês sendo tratadas com respeito e dignidade, podendo vivenciar sua transexualidade é gratificante. Sou militante e do movimento social e é confortante ver que isso está se tornando uma realidade. Nossa luta em conquistar um espaço para essa população e privada de liberdade está sendo bravamente respeitada pela direção e nesta unidade”, conclui.
A interna da Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP-Imelda), cujo nome social é Yasmin Rodrigues, fala sobre sua experiência como trans. “Mesmo estando privada de liberdade, posso afirmar que aqui somos respeitadas pelo que somos. Ainda temos muito que lutar e conquistar diante da sociedade, por isso é fundamental discutir sobre o assunto para que as pessoas possam compreender mais sobre a nossa realidade e as dificuldades que enfrentamos para sermos aceitas”, afirma.