SAP celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ com apresentações artísticas e públicas de internos e internas da unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes

28 de junho de 2023 - 17:03

Nesta quarta-feira, 28 de junho, é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, data que marca a conscientização da população sobre a importância do combate à homofobia para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e igualitária, independente do gênero e orientação sexual.

Como forma de dar visibilidade a data, a Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP-Imelda), referência nacional de acolhimento à população LGBT, participou de ações com atividades públicas de arte e cultura em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.

O grupo de teatro “Portugays”, formado por internos e internas da unidade prisional, participou do Seminário Diversidade e Igualdade de Direitos em Alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ promovido pelo Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Na ocasião, apresentaram a peça “Ser diferente é normal”, que aborda temas inerentes aos direitos da população LGBTQIA+ e sobre o respeito à diversidade de identidade e a orientação sexual. 

Além do seminário, o grupo teatral foi convidado pela secretária da diversidade do Governo do Estado do Ceará, Mitchelle Meira, para participar da programação da campanha “Ceará da Diversidade contra a LGBTfobia”, no Museu da Imagem e do Som (MIS), equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. Na ação, os internos e internas tiveram a oportunidade de conhecer o equipamento cultural e promoveram uma apresentação cultural aos representantes da causa. 

A campanha “Ceará da Diversidade contra a LGBTfobia” envolve uma série de atividades e programas a serem desmembradas em políticas públicas para a população LGBTI+ do Estado do Ceará durante os próximos quatro anos. As ações serão distribuídas em 3 pilares de sustentação: Promoção, Proteção e Cidadania. A iniciativa reforça o compromisso do Governo do Ceará, por meio da Sediv, em priorizar a Diversidade e o Combate à LGBTfobia.

A Secretária da Diversidade, Mitchelle Meira, fala sobre a inclusão social dos internos. “É importante ressaltar essa formação de teatro, dança e arte dentro da unidade prisional. Mesmo sendo internos, precisam ter uma humanização, pois muitas vezes as pessoas aqui fora possuem preconceito e não conhecem os trabalhos que são desenvolvidos. Quando essas pessoas tiverem a chance de convívio da sociedade podem ter mudado através da arte. Sabemos que são pessoas que cometeram algum tipo de delito, mas a justiça está sendo feita estando em cárcere. Mas a sociedade também precisa perceber a transformação. Então através da arte e cultura estão trabalhando para serem seres humanos melhores”, disse. 

A diretora da Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP-Imelda), Ilana Ferro,  fala sobre a importância da participação dos internos nessas ações sociais. “Nossa missão como policiais penais e servidores públicos, responsáveis pela custódia dessas pessoas, é assegurar e proporcionar ações voltadas para ressocialização. Para isso, nós investimos em diversas ações como a arte e cultura. São ações como essas que ressignifica a vida de muitos deles. Na unidade temos a escola de teatro, cujo nome é ‘Portugays’, que vem levantando bandeiras de luta das minorias. A sociedade precisa conhecer o trabalho desenvolvido nas unidades para desmistificar a visão que existe em torno dos presídios. É nosso dever priorizar o tratamento digno e o cumprimento das leis de execução penal”, disse. 

A interna da Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP-Imelda), Andreza, agradece a oportunidade de ter conhecido o museu. “Tive o privilégio de conhecer o museu e fiquei encantada com a magia daquele lugar. Sei que muitos gostariam de estar no meu lugar e nunca tiveram a chance de viver um momento assim. Gostaria de agradecer por essa gestão nos tratar com mais dignidade e por nos proporcionar através de ações sociais, a nossa ressocialização. A peça é nossa chance de mostrar a sociedade quem somos e o nosso valor como pessoa”, afirma. 

O interno da Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP-Imelda), Raul Barros, fala sobre o significado em sua vida de participar do grupo teatral. “O grupo ‘Portugays’ foi idealizado com o intuito de informar. Juntamos vários talentos com a força de vontade da direção em querer lapidar essas pessoas como seres humanos de valores. Esse apoio é fundamental no processo de ressocialização e reintegração na sociedade. É visível que a lei de execuções penais é bem praticada, desde a saúde até a cultura para os internos da unidade. A arte nos transformou como pessoas, mudando nossos valores e convicções. Fazer parte dessas ações fora da unidade é gratificante e nos dá mais esperança por dias melhores”, concluiu.