Mãos que constroem: obra da Linha Leste do Metrô de Fortaleza emprega mão de obra de egressos do sistema prisional

11 de novembro de 2014 - 03:00

 
Na manhã desta terça-feira, 11, as Secretarias da Infraestrutura (Seinfra), da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (Sejus) e o consórcio responsável pelas obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza assinaram o termo de cooperação para empregar presos dos regimes semiaberto e aberto nas obras da Linha Leste. Assinaram o termo os titulares da Seinfra, Adail Fontenele, Sejus, Mariana Lobo e o diretor do consórcio Cetenco-Acciona, Júlio Fumagalli. O convênio oferta 20 vagas para contratação desses reeducandos e a expectativa é que este número possa crescer. 
  
A iniciativa integra o programa Mãos que Constroem do Governo do Estado do Ceará que dá oportunidades às pessoas que passaram pela privação de liberdade de obter um emprego com carteira assinada e recuperar a dignidade. O programa estadual garante a inserção no mercado de trabalho para apenados, aproveitando a demanda crescente por mão de obra no setor da construção civil. A Sejus tem a missão de capacitar, e principalmente, acompanhar o assistido durante o cumprimento de sua pena e sua efetiva contratação como
 
De acordo com o titular da Seinfra, Adail Fontenele, outras construções do Estado já utilizaram a mão de obra daqueles cadastrados no programa. “A Seinfra está pela segunda vez participando do Mãos que Constroem e entende que o programa contribui para a ressocialização dos detentos e redução da reincidência criminal por meio de oportunidades de emprego. São pessoas que precisam dessa oportunidade no mercado de trabalho para a ressocialização e essa é a maneira que a Seinfra encontrou de dar uma oportunidade para que eles possam retornar à vida cotidiana”, destacou.
 
 
Para a secretária da Justiça Mariana Lobo, o diferencial do projeto está no acompanhamento do profissional e no investimento em sua capacitação. “Nosso objetivo é fazer com que os internos, ainda cumprindo pena nos regimes semiaberto e aberto, saindo do regime penitenciário, sejam efetivamente incluídos formalmente no mercado de trabalho”. A secretária afirmou ainda que o Estado também tem realizado parcerias com o setor privado. “Isso demonstra o sucesso do Mãos que Constroem, já que muitas empresas de engenharia nos procuraram tentando absorver essa população”.
 
 
O programa Mãos que Constroem atua em obras públicas e privadas do Ceará, já tendo participado de obras de habitação popular (Minha Casa Minha Vida e PAC II), da matriz de responsabilidade para a Copa do Mundo FIFA™ 2014 (Arena Castelão e Veículo Leve sobre Trilhos), obras desportivas (Centro de Formação Olímpica do Nordeste) e se estende para empresas privadas interessadas, como o Instituto Cor da Cultura, responsável pela edição Casa Cor Ceará. Ao todo, onze construtoras já conveniaram com a Sejus para a absorção da mão de obra presidiária. Mais de 180 pessoas já tiveram oportunidades de trabalhar profissionalmente na construção civil, desde o início do projeto em 2011 e novas vagas estão em implementação.
 
Linha Leste do Metro de Fortaleza

O projeto da Linha Leste prevê a construção de onze estações: Estação da Sé, Luiza Távora, Colégio Militar, Nunes Valente, Leonardo Mota, Papicu, HGF, Cidade 2.000, Bárbara de Alencar, CEC e Edson Queiroz. Além dessas, haverá integração com as linhas Oeste e Sul na estação central Chico da Silva, totalizando doze estações. Serão 12,4 km de extensão. A linha será operada com trens elétricos que transportarão cerca de 400 mil pessoas diariamente. O projeto se integrará ainda às Linhas Sul; Oeste, remodelada, ao ramal Parangaba-Mucuripe (VLT), também em obras, e aos terminais de ônibus. A linha subterrânea seguirá em boa parte o trajeto da avenida Santos Dumont.
A Linha Leste terá investido R$ 2,3 bilhões, se constituindo no maior investimento em mobilidade urbana da história do Ceará. O empreendimento receberá recursos do Programa “Mobilidade Grandes Cidades”, do Governo Federal, do Orçamento Geral da União e financiamento da Caixa Econômica Federal. A contra-partida do Governo do Estado do Ceará é de pouco mais de R$ 1 bilhão (R$1,034). Os recursos estaduais serão usados para a Parceria Pública Privada, que contemplará o material rodante e sistemas e a operação dos quatro sistemas metroviários de Fortaleza. Esses recursos estaduais também serão usados para projetos, administração de obra, desapropriações e remoção de interferências.