UP Irmã Imelda comemora um ano de respeito à diversidade

A Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes completa um ano de existência no próximo dia 7. Com capacidade para 200 internos, a unidade foi criada para receber internos dito vulneráveis no sistema penitenciário, como idosos, gays, bissexuais e transexuais (GBT), cadeirantes e homens recolhidos pela lei Maria da Penha. Em comemoração à data, a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) realiza na próxima sexta-feira (7), às 9h, ato ecumênico com a participação da Pastoral Carcerária da Igreja Católica, do Celebrando Restauração da Igreja Batista Central e também com frente umbandista organizada dentro da unidade. 

 

Com capacidade para 200 pessoas, a UP tem hoje 147 internos e há um ano realiza projetos que estimulam e respeitam a diversidade dentro do ambiente prisional. A organização da unidade proporciona ocupação para todos os internos nos dois turnos e as atividades foram pensadas levando em consideração cada público. “A ideia é, mais que ocupar, estimular a reflexão sobre a realidade e sobre o crime pelo qual respondem”, diz Lídia Canuto, diretora da UP Irmã Imelda.

 

O presídio ficou conhecido nacionalmente, desde a sua inauguração, por abrigar parte do público GBT do sistema penitenciário. A unidade possibilita acompanhamento médico para aplicação hormonal das que fazem uso do medicamento, além de utilizar o nome social dentro da unidade, auxiliando também na abertura de processos para a oficialização deste direito nos documentos das internas. 

 

“A unidade Irmão Imelda é especial. Ela é um modelo para o sistema penitenciário, pois trabalha dentro da condição ideal dentro do sistema, sem superlotação e consegue dar as melhores condições a um público tão específico e vulnerável”, reforça Socorro França, titular da Sejus.

 

Ainda chamando a atenção para este público dentro da UP, foi realizada a gravação do documentário Close, nas vivências que abrigam os GBTs. O curta-metragem traz depoimentos de internas trans recolhidas no estabelecimento prisional.  

 

A Bienal fora da Bienal, projeto da Bienal Internacional do Livro também organizou atividade específico para o público GBT, levando o ator Gero Camilo para conversar com internas e internos da unidade. Gero interpretou um personagem gay no filme Carandiru. 

 

Além da atenção voltada para gays, bissexuais e transexuais, a UP conta com atendimento médico para internos com doenças crônicas e fisioterapia voltada para os idosos e cadeirantes. Atividades como horta, jardim e viveiro de pássaros são desenvolvidas com fins terapêuticos e agregam todos os públicos do presídio. 

 

A Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes mantém em funcionamento oficinas que, além de servirem como terapia para os internos e as internas, também funcionam como local de capacitação para a inserção e inclusão.

Cursos de artesanato, oficina de costura de bolas, aulas de cabeleireiro, maquiador e grafite estão entre os cursos já ministrados na unidade. Além das aulas de violão do projeto Acordes para a Vida, que leva arte e um novo ofício para os internos. 

 

Médicos e enfermeiros da unidade estão focados nos cuidado ao público específico que a unidade abriga e a área de saúde faz procedimentos de enfermagem que vão desde os procedimentos de curativos até o acompanhamento da aplicação hormonal nas transexuais da UP. Também faz parte desses cuidados a medição de glicemia e pressão arterial, além das consultas médicas periódicas. 

Desde a sua inauguração, a equipe de enfermagem e médica já realizou juntos 3.665 atendimentos na unidade. Também fazem parte da equipe de saúde, psicólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta.

Culto ecumênico – aniversário da UP Irmã Imelda Lima Pontes

Data: 7 de julho

Horário: 9 horas

Local: BR 116, km 27