Dia Mundial do Orgulho LGBTQ+ é celebrado na Unidade Prisional Irmã Imelda

28 de junho de 2019 - 16:09

Cerca de 50 internos da unidade prisional Irmã Imelda Lima Pontes se reuniram para celebrar e debater a importância do Dia Mundial do Orgulho LGBTQ+ celebrado nesta sexta-feira, dia 28 de junho. Na ocasião, a unidade realizou o primeiro seminário de referência a população LGBTQ+ do sistema prisional cearense.

O evento recebeu palestras, desfiles engajados, exibição de filmes sobre o tema e oficinas pedagógicas sobre o conteúdo discutido durante o dia. A agente penitenciária Edna Nascimento ressaltou a importância da unidade para a garantia dos direitos desse público. “O Imelda é a unidade da diversidade. Nós somos o espaço da equidade. Aqui nós temos o orgulho de dizer que fazemos, na prática, o Ceará de todxs”, atesta.

Uma das internas responsáveis pelas lutas e conquistas de direitos, Graciane Paula concedeu uma palestra as suas colegas da unidade. Paula trouxe aspectos importantes da legislação, direitos e deveres da população LGBTQ+ no sistema. “Temos que ter clareza da diferença entre discriminação e homofobia. É um dever de cada interna e interno gay do sistema aprofundar seu conhecimento sobre seus direitos e também ter responsabilidade com seus deveres dentro do sistema prisional. Somos gratos a muitas pessoas e entidades que garantiram essa unidade apropriada a nossa existência, mas também temos que ter compromisso com nossas obrigações aqui dentro”, ressalta.

Durante o evento, um desfile engajado chamou atenção das pessoas presentes. Internas como Shakira, Madonna, Natália e Jéssica deram o tom com fundo sonoro e mensagens como “exigimos respeito” e “somos todos iguais em um mundo diferente”. O desfile encerrou com uma performance musical do interno bailarino Romário.

Profissionais como a psicóloga Rayssa Rios e a enfermeira Eliana Freitas trouxeram apresentações com abordagens que vão desde a violência sofrida pela população Trans, os cuidados e prevenção com as infecções sexualmente transmissíveis até a explicação teórica sobre cada pessoa e orientação percebida na sua sexualidade.

Os internos e internas também puderam assistir os documentários “close” e “bixa presa” que retratam o cotidiano da população Trans dentro do sistema prisional. Ao final, a trans Lucivânia Costa, que integra a coordenadoria LGBTQ+ do Governo realizou fala que trouxe emoção aos presentes. “Encarem isso aqui como uma fase. Vai passar. Não descansem pela reconstrução. Não vamos silenciar diante de nenhum retrocesso. Ser humano é ser diferente e vamos continuar a luta pela dignidade e identidade”, finaliza.