SAP lança oficina que promove arte sustentável através da criatividade e trabalho de internos do sistema prisional cearense

16 de maio de 2023 - 12:07

A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização, através da Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso, lança uma nova etapa do projeto “Reciclarte”, onde internos da Unidade Prisional Vasco Damasceno Weyne (UP-Itaitinga5) produzem obras de arte decorativas através do reaproveitamento de resíduos têxteis. 

O projeto é desenvolvido pela artista plástica Socorro Silveira e teve início na Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba). A iniciativa visa implementar uma nova dinâmica de oficinas de trabalho, com a reutilização de resíduos têxteis doados pela empresa Malwee, instalada no sistema prisional, especializada na confecção de peças de vestuário. Os internos são capacitados em várias técnicas de reaproveitamento de materiais recicláveis em suas criações, com foco na sustentabilidade e na promoção da arte a partir da utilização de materiais menos convencionais.

A criação das peças decorativas tem em seu desenvolvimento o reaproveitamento de tecidos e sobras que são direcionadas como matéria-prima na fabricação de produtos como peças de mesa, tapetes, panos de limpeza, painéis de parede, porta guardanapo, chaveiros, entre outras utilidades. Além disso, o que sobra dos chamados “fitz” (resíduos têxteis da costura) também estão sendo produzidos placas decorativas para revestimento e acústica. 

O secretário da administração penitenciária e ressocialização, Mauro Albuquerque, comenta sobre o projeto. “Além de trabalhar a ressocialização através da capacitação profissional, estamos promovendo sustentabilidade criativa. Os tecidos sintéticos demoram cerca de 300 anos para se decompor. Se cada um fizer sua parte, diminuiremos em larga escala o impacto da falta de reciclagem desses materiais no meio ambiente. Tudo é reciclável, tudo se reaproveita. A base desse projeto é a arte e a vontade de pessoas e parcerias em salvar vidas”, afirma. 

O Gestor industrial Malwee Ceará, Huesler Sousa, comenta sobre a participação da empresa no projeto. “Ao longo de muitos anos a Malwee vem com essa preocupação de zelar o meio ambiente, até por que a indústria têxtil é uma que mais polui. Tendo isso como consciência, a empresa já tenta fazer o aproveitamento dos resíduos têxteis. Essa iniciativa é mais uma que a empresa participa e com a sobra dos aparos de tecidos, dos resíduos que saem das máquinas de costuras, conhecidos como “fitz”, podemos fazer vários objetos interessantes, trabalhar a ressocialização dos internos e ainda minimizar o impacto no meio ambiente, focando na sustentabilidade”, conclui. 

A designer, artista plástica e tutora do projeto, Socorro Silveira, fala da importância do projeto na vida dos internos. “O maior objetivo do projeto é reciclar vidas. Vai muito além da reutilização de resíduos têxteis. Os internos entendem que participar do projeto é uma oportunidade de vida. Pois ao saírem do sistema, além de aprenderem sobre sustentabilidade, também aprendem sobre como transformar um resíduo que viraria lixo em artigos decorativos fazendo disso sua renda e sustento, afirma.

O interno da Unidade Prisional Vasco Damasceno Weyne (UP-Itaitinga5), Caio Henrique Monteiro, agradece a oportunidade. “Não tinha nenhuma perspectiva de vida e após começar nesse projeto, estou com outra cabeça e visão de futuro. Gostaria de agradecer ao Governo do Estado e ao secretário Mauro por nos proporcionar essa chance de trilhar novos caminhos. Estou muito entusiasmado e feliz”, disse.