SAP recebe visita técnica de pesquisadores da Universidade de Cambridge para conhecerem iniciativas de segurança e ressocialização do sistema penitenciário cearense

11 de abril de 2025 - 10:45

A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) recebeu uma visita técnica de representantes do Departamento de Ciência Política e Estudos Internacionais.

da Universidade de Cambridge. O objetivo da visita foi aprofundar a compreensão sobre a expansão do sistema prisional no Brasil, uma realidade observada em diversos estados do país. Os pesquisadores buscaram analisar como esse crescimento tem se manifestado de forma distinta em cada região, com foco especial no estado do Ceará, que, embora siga a tendência nacional, apresenta especificidades em seus processos, modelos de gestão e nas particularidades da sua realidade carcerária.

Durante a visita, os representantes puderam entender a estrutura organizacional da Secretaria, o funcionamento das unidades prisionais e a rotina de trabalho dos policiais penais. Além disso, foram apresentados os projetos voltados para a reintegração social dos internos, um dos principais focos da atual gestão.

Em um primeiro momento, os professores visitaram diversas unidades, como a Unidade Prisional Regional de Sobral (UP-Sobral), a Unidade Prisional Feminina de Sobral (UPFSobral), a Unidade Prisional Masculina do Juazeiro do Norte (UP-Juazeiro), a Unidade Prisional de Triagem e Observação Criminológica (UP-TOC), a Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga 3), a Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP-Imelda), a Unidade Prisional Feminina Desembargadora Auri Moura Costa (UPF) e a Creche Amadeu Barros Leal.

Após as visitas às unidades, o secretário Mauro Albuquerque se reuniu com os representantes para detalhar as estratégias de gestão adotadas no estado. Durante o encontro, foram discutidos os protocolos de segurança, a padronização de medidas e as mudanças estruturais implementadas nos estabelecimentos penitenciários. Além disso, os pesquisadores conheceram, na prática, o funcionamento do sistema de monitoramento eletrônico de pessoas, uma das ferramentas que compõem a política de controle e acompanhamento da população carcerária em regime aberto e semiaberto. Também foram destacadas as iniciativas de ressocialização, como a criação de salas de aula, cursos de capacitação profissional, atividades artesanais, oficinas e a instalação de empresas dentro das unidades prisionais.

O secretário da administração penitenciária e ressocialização, Mauro Albuquerque, fala sobre a visita. “Receber pesquisadores de uma instituição como a Universidade de Cambridge reforça a relevância do trabalho que vem sendo desenvolvido no sistema penitenciário do Ceará. Esse estudo é fundamental para compreender a complexidade e as particularidades da dinâmica carcerária no Brasil e, especialmente, no nosso estado, que tem adotado um modelo de gestão focado na segurança, organização e ressocialização. A troca de experiências e o olhar acadêmico qualificado contribuem para ampliar o entendimento sobre os desafios e avanços do sistema prisional brasileiro”, destacou.

O professor e pesquisador da Universidade de Cambridge, Graham Denyer Willis, fala da importância de entender mais sobre o sistema carcerário de cada Estado.”Nosso objetivo é compreender melhor a expansão do sistema prisional no Brasil, que vem ocorrendo de forma acelerada em diversos estados. O Ceará segue essa tendência, mas apresenta características próprias, especialmente na forma como o sistema é gerido. Durante a visita, pudemos observar mudanças significativas nos últimos anos, principalmente após 2019, com a gestão do secretário Mauro Albuquerque, que marcou uma virada importante no enfrentamento das facções e na reorganização do sistema. Além disso, notamos avanços nas políticas de ressocialização, com a ampliação do acesso à educação, ao trabalho e à qualificação profissional para os internos. Ainda é um processo em construção, mas o que se vê é um esforço claro para equilibrar segurança e reintegração social, em meio a um cenário nacional de superlotação e constante expansão do sistema carcerário”, avaliou.