Projeto “Rede Artesã” ganha novo espaço na Unidade Prisional da Pacatuba

21 de novembro de 2023 - 16:24

A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização, em parceria com o Instituto Vou, inaugurou na manhã desta terça-feira (21), um novo espaço destinado ao projeto “Rede Artesã”, na Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba).

A ação representa um esforço conjunto com o objetivo de capacitar e estimular a ressocialização através do artesanato, além de promover o empreendedorismo e geração de renda para os familiares dos internos.

A unidade prisional de Pacatuba conta com a participação de 300 internos na ação. Ao todo, são 1.300 internos artesãos em 11 unidades prisionais participantes do projeto.

O secretário da administração penitenciária e ressocialização, Mauro Albuquerque, parabeniza o sucesso da ação. “Aproveitem essa oportunidade. Continuem se empenhando em serem cada vez melhores no que se propõem a fazer. Participar desse projeto é uma escolha de mudança de vida. Parabéns a todos os envolvidos de fazerem desse espaço e desse projeto uma realidade. Gostaria também de parabenizar os internos, principalmente aqueles que são monitores e que estão ensinando outros internos. Continuem seguindo esse caminho e vejam o quão irão chegar longe”, disse.

A diretora do Instituto Vou, Vanessa Queiroz, se emociona ao falar da realização do projeto. “É uma mistura de amor, gratidão e realização. Já acompanhamos o sistema prisional por um tempo e é gratificante ver as mudanças que têm ocorrido. Isso tudo se deve a gestão do secretário Mauro Albuquerque que acredita, que fortalece e acompanha todo o processo. Estar inaugurando esse espaço hoje é acreditar que estamos agregando na ressocialização de todas essas pessoas. Eu acredito fielmente que neste espaço todos eles irão construir e sair pessoas melhores e mais dignas”, afirma.

O interno e monitor do projeto “Rede Artesã” da Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba), João Martins, agradece o reconhecimento e comemora o espaço. “Todos nós que fazemos parte desse projeto somos muito gratos e produzimos cada peça com muito amor. Por conta disso, estamos montando uma cooperativa para levar esse projeto para além da unidade prisional. Nosso objetivo é fazer com que mais pessoas conheçam nosso trabalho, além de ajudar o maior número de pessoas que querem se profissionalizar e empreender nessa área. Vamos lutar com todas as forças para fazer acontecer e contamos com a ajuda de todos vocês para tornar isso uma realidade ainda maior e forte”, conclui.

Rede Artesã

O projeto “Rede Artesã”, desenvolvido pela Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização, com apoio das direções das unidades prisionais e policiais penais, vem fortalecendo esse trabalho de forma diferente e possibilitando uma nova realidade aos internos e seus familiares.

Além de aprenderem uma nova profissão, recebem o benefício da remição de pena e ajudam na renda familiar mesmo estando privados de liberdade. Todas as peças produzidas pelos internos são entregues aos familiares para que possam ser comercializados como uma forma de renda extra ou até renda principal para o núcleo familiar dos detentos. Além disso, o vínculo familiar é fortalecido devido a presença da família na comercialização e encaminhamento dos insumos.

O Crochê é a técnica principal trabalhada pelos internos. Para a produção dos artigos, todo o material usado é fornecido pelos próprios familiares. Os principais materiais utilizados são agulhas, botões, linhas e fios de malha. Por ser um material de fácil acesso, barato e com diversas cores, a confecção tem uma enorme variedade de produtos. Os apenados produzem bolsas, caminho de mesa, tapetes, toalhas de bandeja, redes entre outras peças.

Para participar, o interno passa por uma seleção onde a unidade prisional seleciona os candidatos por interesse, habilidade na técnica e condições da família em se responsabilizar pelo fornecimento de material para a produção das peças.